quinta-feira, fevereiro 16

Auto-ajuda

(Clique para aumentar)
Talvez porque desconfio de receitas e sou avesso a mudanças de comportamento em que não tenha mão, ainda nunca li um livro sobre auto-ajuda. Se me acontece passar os olhos por  artigo que trata do assunto, leio a coisa em diagonal e não fica recordação, curiosidade ou interesse.
Na minha juventude tinha fama a ainda hoje muito estudada "bíblia" de Dale Carnegie  (1888-1955), How to Win Friends and Influence People, e os avós dos que agora se estafam em ginásios e Pilates seguiam as doze lições do método Dynamic Tension de Charles Atlas (1892-19720), de seu nome Angelo Siciliano, considerado então, de Brooklyn à Califórnia, "O Homem Mais Bem Proporcionado do Mundo".
A idade obriga-me a poupar energia, mas também é facto que por natureza sou contrário à demasia de esforço físico. No que respeita fazer amigos sigo a intuição e ainda nunca me subiu à cabeça a tontaria de querer influenciar o meu semelhante.
Por isso não irei mudar de ideias, nem tornar-me fanático de Mensendieck para manter a forma, mas agora que os anos vão pesando e começo a dar-me conta de certa moderação nos juízos, pergunto-me que motivo, fora a malícia ou a inveja, me leva a rir dos que querem aumentar dois centímetros à estatura e doze aos peitorais? E que mal pode haver na crença de que um método ajude alguém a ser feliz, ou pelo menos mais ajustado?
Não leio livros de auto-ajuda nem entro em maratonas, mas talvez por isso sou fanático de horóscopos e do que predizem as cartas.

 (Clique para aumentar)