quinta-feira, janeiro 12

A batalha de Aljubarrota

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Só quero mal a dois ou três sujeitos, talvez quatro, mas mesmo a esses desejo boa saúde. Não rezarei para que quebrem as pernas, mas se lhes puder pagar em dobrado a tratantice não perdem pela demora. Isto a modo de aviso de que sou homem de paz, comigo nada de revoluções nem violências, o que não impede que, sonhando acordado, me imagine a conceber estratégias para solucionar as desgraças do país.
Foi assim que me perguntei quantos serão os senhores que verdadeiramente detêm o poder em Portugal. Quinhentos? Mil? Mais do que isso parece-me excessivo, e creio que talvez nem a mil cheguem.
Se numa tarde de Verão se agrupassem no Terreiro do Paço, junto da estátua, com os turistas que ali andam nem se daria por eles. Compare-se agora esse punhado de gente poderosa com os quase onze milhões que somos, e a conclusão impõe-se: não se trata de desequilíbrio, mas de um absurdo, que não é saudável para eles, nem proveitoso para nós.
Não sei por que vias travessas me ocorreu a batalha de Aljubarrota, onde trinta mil deitaram a fugir diante de sete mil, mas a comparação é trôpega, pois nem nós temos mentalidade de castelhanos, nem os senhores do poder possuem o génio do Condestável. Por conseguinte, a solução terá de vir por outros meios, mas é bom que não demore, e eles se dêem conta de  que, se assim não for, só perde quem tem. Nós, os onze milhões, pouco temos para perder.