quarta-feira, agosto 12

A vingança do bigode

De brincadeira com um colega, no dia longínquo em que fiz vinte e sete anos deixámos ambos crescer um bigode. Ao longo do tempo o modelo desse meu apêndice capilar passou por várias fases. Ora farfalhudo, ora fino, foi à Pancho Villa, à Douglas Fairbanks, deixava-o crescer em modelo vassoura, ou árabe como o de Sadam Hussein, outras vezes era apenas uma sombra. Ontem de manhã, num repente, passei a vias de facto e barbeei o rosto inteiro.

Um alívio, mas de pouca dura. À tarde estava de cama com febre. Veio há pouco o médico, que julgou ver sintomas de gripe, reservando para mais logo o diagnóstico. À despedida, ele, que é amigo, permitiu-se uma gracinha:

- É capaz de ser vingança do teu bigode, que era mesmo mexicano.

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PS. Um dia depois: afinal não dá notabilidade nem quarentena no hospital, é gripe comum, daquela que só pede cama e paciência.